Linha de alta velocidade na albufeira de Contreras executada pela SANJOSE, Prémio Internacional Puente de Alcántara
06/07/2010

- Este emblemático troço de enorme dificuldade técnica da ligação Madrid-Valência, de alta velocidade, obrigou à construção de três túneis e três viadutos em apenas 6,5 km de traçado.

- SANJOSE CONSTRUCTURA, AZVI, ADIF, SENER-GESTEC, e CFCSL são as empresas premiadas por esta obra,  tendo sido o seu investimento de mais de 166 milhões de euros.

- O Viaduto de Contreras é a ponte com arco de betão para caminho de ferro de maior comprimento da Europa.

O troço Embalse de Contreras–Villargordo del Cabriel da ligação de alta velocidade Madrid-Levante foi galardoado com o XI Prémio Internacional Puente de Alcántara. A Fundação San Benito de Alcántara selecionou esta construção pelo facto de reunir características únicas e singulares que a tornam numa das maiores obras de engenharia civil dos últimos tempos, bem como pelo “emprego de novas técnicas de execução, pela pureza de linhas da estructura e pela sua beleza e integração na paisagem”, como referiu o porta-voz do juri dos prémios.

O troço da línha de alta velocidade Madrid-Levante pela albufeira de Contreras, resultou numa das obras mais singulares do percurso, determinada pela morfologia acidentada da zona, das condicionantes provocadas pela preocupação crescente pela conservação do meio ambiente, e pelas especificações técnicas requeridas. Tudo isto motivou a necessária construção de três túneis (o de la Hoya de Roda, do Rabo de la Sartén e o da Umbría de los Molinos) e três viadutos (o de Cuesta Negra, o da albufeira de Contreras e o de Istmo) em apenas 6,5 kilómetros de traçado. A obra constituiu um investimento de mais de 166 milhões de euros.

Dentro da complexidade das obras realizadas para construir a passagem sobre a albufeira, o juri valorizou especialmente o Viaduto de Contreras, que é a ponte de arco de betão para via-ferria de maior comprimento da Europa (261 m.) e é record absoluto de Espanha em pontes de arco de betão.

O Prémio Internacional Puente de Alcántara será outorgado de forma conjunta aos promotores, projectistas e constructores.

Promotor:   

ADIF-Dirección General de Proyectos de Alta Velocidad

Projecto:   

ADIF

Director de Projecto: Mª Luisa Domínguez

Director da Linha de Alta Velocidade Madrid-Levante: Santiago Cobo Diego

SENER-GESTEC

Autor do Projecto: Lorenzo Nogales

CFCSL

Projecto Pontes: Javier Manterola, Antonio Martínez, Juan Antonio Navarro, Silvia Fuente.

Empresas constructoras: SANJOSE CONSTRUCTORA e AZVI

Nesta XI Edição do prémio, o juri, presidido por S.A.R. o Infante Don Carlos, Presidente da Fundação San Benito de Alcántara, foi formado por distintas personalidades vinculadas à construção de obras públicas.

Emprego de alta tecnologia

A execução das obras deste emblemático troço de enorme dificuldade técnica contou com profissionais de todas as especialidades de engenharia civil. Empregaram-se diferentes técnicas constructivas, como obras de terra, túneis artificiais, viadutos de grandes dimensões, etc. Para além do mais, tudo no pressuposto de um alto valor ecológico e com um respeito pelo meio ambiente, muito para além do que é habitual em obras de infra-estructuras.

Para o desenvolvimento do projecto foram necessárias técnicas inovadoras para a execução tanto dos viadutos como dos túneis, razão pela qual esta obra se converteu numa referência mundial, tendo recebido visitas de delegações da União Europeia, Russia, Marrocos e Polónia para observar a experiência espanhola e a aplicar em  futuras construções das suas redes de Alta Velocidade.

Respeito pelo meio ambiente

Uma condicionante desta obra foi evitar a todo o momento a afectação ao Parque Natural das Hoces del Cabriel, um aspecto que contribuíu  decididamente que o troço seja um dos mais complexos de todo o traçado.

Foi dada especial atenção às espécies protegidas que habitam na zona: as rapaces águia real, águia perdiceira, açor, búho real y falcão peregrino, limitando as actividades da obra nos meses de nidificação, evitando a acumulação de despojos vegetais, movimentos de terra, voladuras e trabalhos nocturnos, e adaptando-as às necessidades do meio ambiente. Igualmente, foram executados elementos de flora convenientemente acondicionados, de modo a evitar que a infraestructura constitúa uma barreira à fauna da zona.

Prémio Internacional Puente de Alcántara

O Prémio Internacional Puente de Alcántara foi criado pela Fundação San Benito de Alcántara no ano 1988 para galardoar, dentro do âmbito iberoamericano e com uma periodicidade bienal, a obra pública que reúna a maior importância cultural, tecnológica, estética, funcional e social.

Este galardão utiliza como símbolo a Ponte Romana de Alcántara, tanto pelas avançadas técnicas empregues durante a sua construção para a época, como pela função sócio-económica decorrente desse investimento ao longo dos séculos. O Prémio é outorgado de forma compartida pela Entidade Promotora, Autores do Projecto e Empresas Constructoras.

Nas suas anteriores edições, foram concedidos a obras tão representativas como o Projecto de Ampliação do Metro de Madrid; o Museu Guggenheim de Bilbau; a Ponte de Tampico sobre o rio Pánuco (México); a Ponte de Encarnación-Posadas, que une Argentina ao Paraguai; a Torre de Comunicações de Collserola (Barcelona); os Aproveitamentos Hidro-eléctricos de Alto Lindoso e Touvedo (Portugal); o Troço de Estrada Novellana-Cadavedo (Asturias); as Pontes de Piedrafita da Auto-estrada do Noroeste A-6 (Espanha); o Aproveitamento Hidro-eléctrico do Alqueva, sobre o rio Guadiana (Portugal) e o Projecto Hidro-eléctrico Caruachi, sobre o rio Caroní (Venezuela).

Os vencedores irão receber uma obra escultórica original de Miguel Berrocal que tem por título “El Torso de Alcántara” e que representa a ponte com o mesmo nome.